Neste sábado, às 11h, no estádio de Wembley, em Londres, contra o México, a seleção brasileira tem mais uma chance de, enfim, conquistar a inédita medalha de ouro olímpica. Para os brasileiros que conquistaram a prata nos Jogos, a espera pelo topo acaba neste domingo.
A primeira chance que o Brasil teve de levar o ouro nas Olimpíadas foi em 1984, em Los Angeles. No entanto, o time verde e amarelo caiu para a França na final. Depois, em 1988, em Seul, mais uma oportunidade. Daquela vez, a geração de Romário, que em 1994 conquistaria a Copa do Mundo, sucumbiu diante da extinta União Soviética.
Um dos goleiros da Seleção de 1984, o empresário Gilmar Rinaldi está confiante na conquista dos meninos de Mano Menezes. Mas o medalhista de prata faz um alerta aos garotos brasileiros: é preciso lembrar a qualidade do adversário. Não dá para entrar em campo achando que o ouro já é do Brasil.
- A Seleção está muito sólida, mas não pode esquecer que do outro lado também, tem um time sólido. A nossa equipe, em 1984, era diferente porque foi montada a 15 dias das Olimpíadas. E encaramos na decisão uma seleção que estava sendo preparado havia quatro anos (a França) – declarou Gilmar.
Maior artilheiro brasileiro na história das Olimpíadas, com oitos gols marcados em 1988 e 1996, Bebeto afirma que é preciso dar o sangue, como se fosse o jogo da vida. O ex-atacante tem duas medalhas olímpicas. Uma de prata, nas Olimpíadas de Seul, e outra de bronze, conquistada nos Jogos de Atlanta, em 1996.
- Para mim, o mais importante é o time se manter focado. Entender que é uma medalha inédita que pode vir para o Brasil, dar o sangue em campo e disputar como se fosse o jogo da vida. O Brasil enfrentou adversários apontados como mais fracos, como Honduras e Coreia do Sul, e tem que tomar muito cuidado com o México. Eles têm jogadores fortes, rápidos e podem surpreender – falou Bebeto.
Companheiro do ex-atacante na prata de 88 e também na conquista do tetracampeonato mundial de 1994, Mazinho é outro confiante no ouro.
- A Seleção é muito boa individualmente, o Brasil está acima de todos os outros times. É um grupo muito unido e tem de continuar jogando com as mesmas características. Não pode mudar porque é a final. É uma oportunidade única depois de tantos anos atrás dessa medalha. Chegou a hora – declarou o ex-jogador.
Com Romário e Bebeto, seleção olímpica de 1988 perdeu da União Soviética (Foto: Divulgação / CBF)
Zagueiro da seleção de prata de 1984, Mauro Galvão vê ótima evolução do time de Mano Menezes nos últimos jogos, muito embora tenha levado sufoco de Honduras nas quartas de final, por exemplo. Segundo ele, no entanto, o momento individual da maioria dos jogadores de Mano Menezes é excelente.
AS GERAÇÕES DE PRATA |
1984 | 1988 |
Gilmar Rinaldi Luis Henrique Ronaldo Pinga Mauro Galvão Ademir André Luiz Paulo Santos Dunga Kita Gilmar Popoca Silvinho Luis Carlos Winck Davi Tonho Chicão Milton Cruz Técnico:Jair Picerni | Taffarel Zé Carlos Jorginho Batista Ricardo Gomes Ademir Mazinho Valdo Geovani Edmar Careca Romário André Cruz Luis Carlos Winck Aloísio Milton Neto João Paulo Andrade Bebeto Técnico: Carlos Alberto Silva |
- A Seleção não pode esquecer que é um jogo decisivo. É uma chance única de vitória. Mas o time está consciente, porque evoluiu muito nos jogos que fez nas outras fases. Esse time tem jogadores que estão em um momento muito bom. São boas as chances de conquistarmos essa medalha de ouro – comentou Mauro.
A terceira medalha de prata no futebol, aliás, já está garantida em caso de derrota. Algo que, segundo Gilmar Rinaldi, já aumenta o respeito em relação aos atletas brasileiros. Mas isso não basta para um país que tem cinco títulos mundiais e persegue há anos o tão sonhado ouro olímpico.
- Disputar as Olimpíadas é um sonho para todo atleta, ganhar uma medalha então... Eu lembro até hoje que quando já tínhamos garantido a prata, por chegar à final, os outros atletas já nos olhavam com mais respeito. Mas o Brasil precisa ter consciência de o que trabalho ainda não terminou – finalizou Rinaldi.