quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

Contradição européia

O craque Michel Platini, que fez sucesso, jogando por alguns dos maiores clubes do futebol europeu, vem tendo um comportamento amplamente diferente, agora como cartola atuando a frente da União das Federações Européias de Futebol (UEFA). A última ideia da entidade, é proibir que atletas tenham seus direitos econômicos ligados a clubes e a empresários. Tal prática vem sendo bastante utilizada no futebol brasileiro nos últimos anos e não tem apresentado problemas.

Na Europa, essa ideia vem sendo combatida desde a transferência de Carlito Tevez do Corinthians para o pequeno West Han da Inglaterra. Segundo a Liga inglesa, tal prática pode ser feita para ações ilícitas, como lavagem de dinheiro e por isso deve ser combatida. Observando por este prisma, essa é uma atitude louvável, entretanto, expõe uma grande contradição do futebol europeu. caso a ideia seja aprovada e colocada em prática, os empresários não terão mais atletas, mas continuarão tendo times de futebol, afinal nos últimos anos, muitos clubes do velho continente passaram a ter donos milionários, sendo que muitos deles não tem como explicar suas fortunas.

Não é necessário um grande esforço mental para elabora uma vasta lista de clubes europeus com proprietários únicos e ou em sociedades. Milan, Manchester City, Málaga, Arsenal, Chelsea, West Han, Monaco, Metalist, Queens Parks Rangers, Juventus, Shaktar Donetsk, Internazionale de Milão, Zenit, entre muitos outros  tem seus donos que utilizam suas empresas para investir no futebol e aproveitam o lucro do futebol para aplicar em seus negócios. 

Desta forma, a decisão de proibir empresas de ter participação nos direitos econômicos dos atletas, mas permitir que empresários tenham clubes, ao olhar deste observador, parece inócua, pois a "lavagem de dinheiro"que poderia ser combatida com essa medida, poderá acontecer através dos clubes. Entretanto, falta a UEFA, tanto interesse quanto força para impedir que as aquisições de pequenos clubes sejam feitas por grandes empresários. Principalmente agora que um deles depois de nove anos investindo de forma pesada no futebol, alcançou o topo do continente com a conquista da Champions League e posteriormente com a conquista da Super Copa Europeia, contra o poderoso Barcelona, será difícil combater essa onda de clubes com proprietários.

Assim sendo, a ideia do possível sucessor de Blatter no comando da FIFA, parece ser um jogo de cena, que pouco ou nenhum benefício trará para o esporte bretão.